segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Sobre ocaso de domingo e o meio dia de segunda feira

Ocaso de domingo

Estranha vontade de clausura
Estranha vontade de nada
Encosto na maçaneta
E tenho náuseas
As pernas bambeiam
Volto para a cama
Uma música suave
A esquerda uma luz
Que se apaga
No ar um cinza
Que vai escurecendo
As piscadas se tornam
Mais longas e um vento
Frio percorre meu corpo
Com medo me refúgio
Atrás de minhas pálpebras
Quando me sinto seguro
Saio de traz delas
E já está tudo claro
E eu atrasado para o trabalho


Meio dia de segunda-feira

Ir para a rua
Vendo os carros correr
Olhar para o alto
Ser multado
Deitar no asfalto
Escutar a estanha
Música do Progresso
Sentir-se Alheio
Sentir-se além
Sentir-se no além
Desligado e atordoado
Trajetória confusa
Saber que é duro
Dar uma gota de sentido
Enquadrar para ser
Entra na procissão
Fazer a oração
Mergulhar e lutar
Para não se afogar
Tentar brilhar na escuridão
Deste tempo das luzes.

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