O coração não bate
Envolto em fogo
O corpo é tomado pela dor
Não há facas, agulhas, chicote ou revolveres
Só uma dor
Produzida pelo próprio corpo.
Além do fogo as trevas
Não há dias , noites, horas, motivos,
Esquerda, direita, frente ou atrás.
Só sofrimento e paralisia...
Resta-lhe clamar pela santa Muerte
E ela não vem...
Poema produzido ao som de And So It Burns
terça-feira, 18 de agosto de 2009
quinta-feira, 25 de junho de 2009
As tardes
Agora que a gente é amigo virtual
Vê se me dá um real
Como assim:
“Deixa de ser cara de pau”
Mas tipo assim
Entre um vicio de linguagem
E outro
Faço da vida um eterno encontro
Um eterno pardieiro
E como um pedreiro
Levanto paredes
E como um padeiro
Faço meus pães
E não morro de fome
Nesta tarde
Faço empréstimos
Com amigos
Não em bancos
Mas aos trancos
E aos poucos
Formo uma
Fortuna,
Gero riqueza
Pra enfrentar
A pobreza
De sempre estar
Nesse lugar
Sem rumo
E até durmo
Ao Léu
Tomo o mel
E faço desse
Poema sem
Lógica
A tática
Pra sair
Dessa solidão
Com as próprias
Mãos
terça-feira, 2 de junho de 2009
Prisma
Na escuridão
Um feixe de luz
Atravessou o meu peito
Atingiu tuas mãos
E como se fosse sólido
Você manipulou-o, beijo-o
Colocando-o em seu peito...
Um feixe de luz
Atravessou o meu peito
Atingiu tuas mãos
E como se fosse sólido
Você manipulou-o, beijo-o
Colocando-o em seu peito...
quarta-feira, 15 de abril de 2009
domingo, 12 de abril de 2009
Respostas antecedentes
É da interação que o mundo passou a existir. Interações Químicas criaram a vida e nós seres humanos. Seres de linguagem que bailam por estruturas imaginárias. com nossas palavras, melodias e abraços criarmos outros mundos para dar conta desse aqui. Outrora fiz uma pergunta "o que fazer com tudo isso"(Vide texto: Elaborações de domingo pela manhã). Ontem uma Amiga virtual, Clara.Pessoa distante e até então desconhecida me forneceu uma resposta.Me apropriei e transformei na minha resposta que é a seguinte:"Encontrar outra vida e deixar que o abraço forme o laço para quem sabe prosseguir perpetuamente nesse espaço". Coisas da vida de acontecimentos que a toda hora muda a direção delas e nos levam a possibilidades inimaginaveis. Transformando na nossa aventura algo assim sempre inédito.
Quem quiser escutar a música é só clicar no título desse texto que ela vai abrir e terão o prazer de escutar essa bela Canção.
terça-feira, 31 de março de 2009
Rodeios
Sem dúvida
A situação
É de perdição
A doce ilusão
Esvazia-se no ar
Chega a parar
De Respirar
Sem lugar
Começa a devagar
E o raciocino
Processa tudo de vagar
A visão escurece
A vida cessa
Por dois minutos
De repente ventos
Choros e gritos
E o espaço aberto
Mas começa a se recuperar
Todos atentos a esperar
Ele se levantar
E começar a cantar,
Dançar e a rodopiar.
A situação
É de perdição
A doce ilusão
Esvazia-se no ar
Chega a parar
De Respirar
Sem lugar
Começa a devagar
E o raciocino
Processa tudo de vagar
A visão escurece
A vida cessa
Por dois minutos
De repente ventos
Choros e gritos
E o espaço aberto
Mas começa a se recuperar
Todos atentos a esperar
Ele se levantar
E começar a cantar,
Dançar e a rodopiar.
domingo, 15 de março de 2009
Elaboração de domingo pela manhã
Como se fosse hoje. 13, 14 ou 15 anos. Eu matando aula pra ficar em casa. Esperando os vizinhos levarem seus filhos para escola, ou irem para o trabalho. Para subir na laje, colocar a antena na posição certa e depois tirar um dos dois cigarros que eu consegui roubar da carteira de cigarros da minha mãe. Enquanto isso olhar o céu azul e após o último trago descer e assistir TV, mais especificamente a MTV. Todos aqueles clipes bacanas, esperando um em especial, buzzin do Asian dub foundation. Passava sempre no programa de fim de tarde. As cinco e trinta tinha o “Garganta e Torcicolo”, comandado pelo João Gordo e duas criaturas virtuais muito escrotas. Não lembro o dia da semana. Mas lembro que as aulas do dia, matemática e educação física, pra mim não tinham muita graça.
Mas no dia seguinte, ir para a escola era sagrado, história e geografia. O professor de história era classificado, por nos como: “O doidão”, sempre contando histórias da época da ditadura. O orgulho dele era ter tido à casa invadida três vezes pelo DOPS. Eu achava o máximo.
Já a professora de geografia, muito simpática e agradável aos olhos, sempre ressaltava minha inteligência e eu gostava muito disso. Mas este dia era dia de clipes. E mais tarde sair para a rua gastar uns cinqüenta centavos com cigarros picados e dois reais para a “intera” do vinho ou o hi-fy e ficar tonto na rua vinte com meus amigos Skatistas, falar das “minas”, de carros e escutar o Cd do Charlie Brown jr. ou o dos racionais mc’s. Nos éramos assim. Revoltados. Nunca sem causa, havia uma figura que contribuía para sermos assim, uma figura que era ausente ou violenta, mas que nunca era amiga. Não tínhamos muitas preocupações, apesar de ser pobres. Nossas famílias até nos sustentavam e todo final de semana saímos desvairados pelas ruas do centro de Belo Horizonte: coreto da praça da praça da Liberdade, pistas de skate, chutando latas de lixo e portas de loja, rabiscando paredes entre outros atos. Sempre terminado com um tradicional “figthing”.
Hoje uns dez anos depois. Cada um pegou seu caminho e esporadicamente encontro com um ou outro. Um, por exemplo, foi mais fundo no mundo das drogas. Nosso ultimo encontro foi em uma noite. Eu voltava para casa depois de um dia de trabalho e estudos. Ele e outra pessoa no topo do morro se preparavam para me assaltar, ele descendo e eu subindo, pensei: “já era a pouca grana que eu tenho”, a minha sorte foi que ele me reconheceu. E disse: “É você, takim?” Tirou o capus da blusa do rosto e eu pude ver quem era. Começamos a conversar ele me perguntou o que eu estava fazendo da vida. Eu reponde que estava fazendo Psicologia e ele disse: “que bom! Quando você formar vai poder me tratar”. Foi algo inesperado, fiquei sem resposta, me despedi e fui embora.
Outro, com seu filho e esposa, me encontrou um dia no bar. Começamos a conversar, relembrar dos velhos tempos. E ele me perguntou se eu já estava trabalhando na área de psicologia. Falei que não; que ainda estava trabalhando com jogo de bicho. Ele com um tom de revolta me disse: “deixa de ser comédia, você custou de entrar na faculdade e vai ficar vacilando. Vai continuar trabalhando com isso... isso não dá futuro... Fica esperto!”. Era o que eu precisava ouvir. Na segunda feira, larguei esse trampo e fui buscar um estágio.
Ou rever a professora, que continua a ser simpática e agradável aos olhos, abrir um sorriso de orgulho, quando eu digo que eu consegui entrar na faculdade, e dissendo: “nossa eu sabia que você ia conseguir... eu to fazendo pós-graduação em psicopedagogia, um dia você poderia me explicar os estágios do Piaget?”.
Lembranças de anos reconstruídas em apenas quatro minutos e vinte e nove segundos. Ao som de buzzin’ do asian dub foundation em um domingo meio melancólico. Pessoas tão importantes, numa fase tão difícil, foram risos, bebidas, zueiras, festas, costas raladas no asfalto, brigas, beijos, sonhos e outras coisas. Vejo quem eu fui. Quem eu sou. O passado sempre volta com a mesma pergunta: “e agora? O que você vai fazer com isso tudo?”.
Marcadores:
Domingo; autobiografia; Adolescência
Efermera é um bom titulo#
O pulsar no ouvido.
sentir as batidas da vida.
comover-se com sua revolta libertá-la,
deixa-lá seguir escorrer
pelos braços troncos e pernas.
tocar o chão.
Assumir sua liquidez e ser polimorfa.
e no anoitecer apodrecer
E ser efémera e com um
único propósito fluir.
* Contribuição do Carlos Firmino
sentir as batidas da vida.
comover-se com sua revolta libertá-la,
deixa-lá seguir escorrer
pelos braços troncos e pernas.
tocar o chão.
Assumir sua liquidez e ser polimorfa.
e no anoitecer apodrecer
E ser efémera e com um
único propósito fluir.
* Contribuição do Carlos Firmino
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